25 dezembro, 2010

Paisagem: o Largo do Carmo na madrugada do 25/12/2010


Vinte e cinco de Dezembro são três
E meia da madrugada. O Céu
Chora a cântaros sobre o meu chapéu-
-de-chuva novo comprado este mês.

Lá estou eu, no meio de um temporal,
Defronte da Igreja do Carmo parado
Um sapato seco, o outro encharcado.
Busco o Menino mas d'Esse nem sinal!

Porém distingo, num beco, um casal:
Foge da trémula luz de um lampião
E beija-se, ébrio, na escuridão.

E por entre os campanários da igreja
O vento, assobiando a quem se beija,
Anuncia, fremente, que é Natal!

21 dezembro, 2010

Paisagem: do outro lado da rua

Um cão guarda a esquina: o pêlo molhado
pinga gotas do céu para o chão.
Contempla a chuva olhando em frente
onde o prende no horizonte uma trela de solidão.
Um gato atravessa a rua numa passadeira
onde é cumprimentado por um peão.
Um carro não pára e quase atropela o gato
e a pessoa já do outro lado do tabuleiro chama o condutor de cabrão.
O gato foge não sei para onde
nem de quem nem como nem porquê.
A chuva cessa.
Um cão aguarda à esquina. Não sei, nem ele, é do quê.


14 dezembro, 2010

07 dezembro, 2010

A minha tradução de Annabel Lee

Na senda da minha tradução do poema "The Raven", de Edgar Allan Poe, deixo a tradução de outro poema do autor norte-americano, "Annabel Lee". Também este texto foi traduzido para português, à semelhança d'"O Corvo", por Fernando Pessoa. Aqui fica a tradução do poeta dos heterónimos. A minha está na página das traduções, ou seja, aqui.

01 dezembro, 2010

A minha tradução de O Corvo

Tenho o prazer de apresentar "O Corvo", a minha própria tradução para português do poema "The Raven", de Edgar Allan Poe (1809-1849).
Outras versões existem em língua portuguesa, sendo as mais conhecidas (para mim, pelo menos) as de Fernando Pessoa e de Machado de Assis - e cujos textos podem ser consultados aqui e aqui, respectivamente. Todavia, qualquer tradução não dispensa, sempre que possível, a leitura do original - que pode ser encontrado aqui. Boas leituras!