18 março, 2010

Primeiras Chuvas

Hoje inauguro um novo opus, intitulado Primeiras Chuvas, título que terá tanto de certo como de fortuito. Poderia ser Verdes Anos, Verdes Chuvas, Primeiras Raízes ou qualquer coisa que o valha. Ficou Primeiras Chuvas por isto: "primeiras" pois trata-se do conjunto dos primeiros textos que fixei no papel (entre os anos de 1992 e 1998, grosso modo), sendo que alguns outros entre esses anos e outros mais antes desses anos se perderam nas brumas da memória, os nunca escritos no papel, ou no esquecimento dos papéis perdidos nas mudanças de casa e nas mudanças de mim mesmo - ou por outras palavras: àqueles que entreguei ao fogo ou ao lixo; "chuvas" pois este termo liga estes proto-poemas, por assim dizer, àquela que foi a primeira aparição do Alexandre Homem Dual dentro dos universos (multiversos?) que eu delimito: no conjunto de textos com o nome "Amanhã Chovi".
Confesso que uma dúvida me assaltou: com que nome assinar? Alexandre Homem Dual ou Valter Ego? Mas uma vez que Valter Ego é o pseudónimo de Alexandre Homem Dual, um alterónimo da pessoa histórica e viva que sou eu (sou?), penso que o melhor é ser honesto e entregar-lhe a ele a autoria dos versos ainda tão verdes, ainda que ele na altura não existisse. Ou por outra, ele já existia, ainda que eu o desconhecesse...
Começarei por publicar o poema mais antigo que tenho: Liberdade. A data no caderno marca 1994. 16 anos passaram entretanto... Eu passei entretanto.
Despi-vos. E aceitai no vosso corpo nu as minhas primeiras chuvas...