29 novembro, 2011

S/título


As sombras e as vozes no silêncio da manhã

Ausentam-me os sonhos para um país longínquo

Feito de sargaço e de neblina e de poeiras cósmicas:

Anjos brincam no recreio do universo baloiçando-se

No prumo invisível que sustenta as estrelas verticais.

Pardais & rouxinóis voam pelo espaço até aos confins

Do olhar horizontal do seu próprio deus interrogando-se

Sobre o que haverá para lá do além?

E o fumo do cigarro enrola-se nas asas dos pássaros

E enrola-se nos pulsos dos que batem com os nós dos dedos

Em mesas de madeira e ainda na língua dos que amam as palavras.