29 janeiro, 2009

Pelagus (VII)


Descobri o tempo e a ausência dele
Na pele branca
De uma brancura clara de ovo
Quando embarquei
De olhar cândido e novo
No seu corpo nocturno e viajei
Com a ponta dos dedos
Seguindo a direcção das veias que quase brilhavam
Como estrelas através do seu corpo translúcido.
E a manhã trouxe a sua luz
A reflectir-se no cabelo loiro
Supernova explosão nas retinas encandeadas da minha saudade,
Como velas cheias de vento.
E encontrei deus ou a sua ausência
Na alma
Para lá do azul celeste dos seus olhos
Que pingavam lágrimas com sabor a mar
Quando nos fitámos sem pestanejar
Durante mil anos-luz.
E para lá do azul celeste dos seus olhos
Contemplei o vazio
Como uma auto-estrada sobre um mar negro
Desembocando no desconhecido.