15 janeiro, 2009

Sansão e Dalila


Enquanto ele dormia, a traidora
Castrou sua trança pela calada
Com uma velha adaga enferrujada
E espalhou-a pela cúmplice aurora.

Ao acordar, sentindo-se impotente,
Tentou juntar todas as suas forças
P'ra afastar as colunares e grossas
Coxas da amante leoa fremente.

Mas a lâmina foi-lhe ao coração,
Nem sangue tem nas veias, é mercúrio
Morno que rasga o corpo de Sansão.

Mas Dalila, a de cabelo purpúreo,
Ri-se ante o inútil esforço vão
Do corpo quebrado do amante espúrio.