28 agosto, 2009

S/título


É na noite que oriento, crepuscular,
A direcção do facho que ilumina
A labiríntica escuridão
Da mente que me mente
E que se esfinge luciferina
Em versos de trovejantes marés
Dos grotescos
Egos que apertam o silencioso
Eco da minha garganta…

24 agosto, 2009

Pelagus (XXXII - último poema)


Há uma árvore que é uma floresta
No planeta a que dei o meu nome,
Uma árvore com raízes de espuma
E de sal
Com folhas que são cascos naufragados
E outras que são cascas de búzios ocas
Onde se pode ouvir o som do vento
Por entre a folhagem do mar.
E se a subires até à copa
Podes ver, ao longe,
Perto do horizonte,
Na leiva,
O corpo nu dos búzios
A sonhar.

19 agosto, 2009

S/título


Ao fim do caminho
A estrada um dia pára
E na encruzilhada
Sozinho
Escolhe um homem a sua cara.