Há algo de canibalesco no meu olhar,
Algo de incontrolável abrindo
As suas terríveis mandíbulas
E cerrando as suas presas em cada verso
De cada poema que se perde
No abismo dos meus olhos.
E sinto as íris salivando-se
À medida que os meus dentes
Trituram os sons e o seu esqueleto
Até restar nada mais que o pó
Soprado pelos lábios contraídos em forma de O
Do poeta que antropofagi.