07 outubro, 2009
S/título
Ali jaz um sorriso, construído no perfil
Da sombra dos ciprestes, retalhado sob os escombros
Da Torre que te tomei no tabuleiro alvi-ébano
Que as estrelas alumiaram no interior do teu ventre.
Ali jazo eu, como um joker
Fora do baralho, de sorriso esculpido a pedra e a rugas
E imerso num mar de baton rouge... e a lua outonal,
Branca como cristal, reluz
Na pele da tua barriga e das tuas ancas, que sinuosamente
Me chamam a trilhar o caminho das tuas coxas brancas...
No início da jornada, todas as jogadas poderiam
Ser ponderadas e todos os gestos ensaiados. Mas no final,
O que nos resta para lá do momento?
Jogadores somos e sonhadores nós
Os das palavras vãs e dos utópicos amanhãs...
Mas não é a utopia uma mera actriz num teatro onírico?
Uma tétrica meretriz aprendiz de um orgasmo empírico?
Engavetado em
Alexandre Homem Dual,
Op. "Insanabile Cacoethes Scribendi",
Poesia
"O que faço?/
Sou músico./
O que toco?/
Poesia."