Chora um anjo lágrimas de acrílico
Borrando a tela que lhe dá vida.
Como pode tal dor ser inflingida
A um anjinho belo e idílico?
Até suas asas tem recolhidas
– Elas que preencheriam o céu
Se da tela se rasgasse o véu –
Lacrimejantes e entristecidas.
Como te criou assim um pintor?
Que deus te deu a vida sem amor?
Calo-me pois fala o querubim:
– Não é por dor que choro ou tristeza
Que me aflige; é pela negra certeza
De não haver Céu acima de mim…