Há sangue nas minhas mãos e no meu rosto.
E dedadas impressas a sangue gravadas no interior
Das tuas pernas. E do teu ventre. E os meus dentes
Estão pintados de vermelho, e entre os meus dentes,
Pequenos pedacinhos de carne dependuram-se,
Ainda vivos, como demónios balouçando-se nas estrelas.
E também os teus mamilos sangram, ainda que leite,
E ainda que esse leite seja azedo, alimenta a aridez da terra inóspita.
Há sangue pingando do meu sexo, e pinga para dentro da tua boca
E para cima dos teus cabelos. E o verde aroma a frescos prados
Longínquos que exalava do teu cabelo confunde-se já
Com o cheiro do sangue seco e próximo.
À medida que as horas passam e o silêncio se instala – já
Não há o som ritmado de falos a pingar – parecem os teus olhos sem vida
Seguir-me e a tua boca cheia de sangue querer gritar-me:
É teu, assassino, o rosto da mênstruosidade!