Vinte e cinco de Dezembro – são três
E meia da madrugada. O Céu
Chora a cântaros sobre o meu chapéu-
-de-chuva novo – comprado este mês.
Lá estou eu, no meio de um temporal,
Defronte da Igreja do Carmo parado –
Um sapato seco, o outro encharcado.
Busco o Menino mas d'Esse nem sinal!
Porém distingo, num beco, um casal:
Foge da trémula luz de um lampião
E beija-se, ébrio, na escuridão.
E por entre os campanários da igreja
O vento, assobiando a quem se beija,
Anuncia, fremente, que é Natal!