04 agosto, 2010

A Besta e a sua Cadela


Ei-la! A Besta! A arauta do Incesto!

Vejam: dois campanários do desnudo

Peito se lhe erguem, do peito peludo…

Tocam sinos de badalar funesto.


Rasga-lhe a pele e a carne a satânica

Igreja que das vísceras nasceu,

E ergue-se do seu berço-mausoléu

Como arquitectura biomecânica…


E, nascido o santuário profano,

Os seus pórticos abrem-se de par

Em par, do interior vindo susano


Ser, licantrôpega deidade e bela,

Que humana mulher vem a procurar,

A quem possa fazer sua cadela…