18 fevereiro, 2009

Vulnerabilidade


De olhos vendados,
Vulnerável,
Não por força alheia e bruta,
Mas por sua vontade
Fechados,
Ela se prostra
Sobre a mesa que às vezes é cama,
Onde ele a almoça quando ela o chama...
Sem palavras (quem realmente
Delas precisa?), ela prende-se, sem correntes,
Às mãos rudes que a possuirão
E ao corpo estranho que a cobrirá
De peso e de prazer.
Sem palavras, sempre sem palavras,
A lânguida morosidade da escuridão
Cairá
Sobre a tarde proibida em jorros de luz vespertina a amadurecer
Na língua do amante que ela nunca verá...