13 setembro, 2009

Cortar as Vazas


Vazei-me
A mim de sangue.
Vazei-me
A ti de amor.
Vazei-me a nós e ao sonho que foi nosso
De uma casa branca com um jardim
Outrora verde, hoje sem cor.
Vazei-me como quem vazasse
O velho frigorífico que a velha senhoria fez o favor
De incluir na renda
E que estava cheio de garrafas de cerveja vazias
Que eu voltei a encher com o meu sangue.
No congelador, havia ainda uma garrafa de vodca
Por estrear.
Tirei-a e atirei-a
Para debaixo da cama e enchi-o (o congelador)
Com a tua cabeça cortada – pura expressão do teu horror…