Há quem queira esculpir rios no lugar
de onde a boca se abre para o mar, como
se em substituição da voz houvesse uma foz
feita de líquidos seminais e vaginais e de outros
líquidos feitos de maviosidades e de outros ais...
E aos que choram lágrimas de sangue
ofereço a vã hecatombe do meu corpo
e as concavidades da minha alma panda,
para que as encham dos seus olhares
vertidos nas sílabas, vestidos de acentos,
despidos pelos gemidos das palavras...
Cá eu só quero abrir a boca e tragar-te o oceano,
trazer-te o céu ao toque do teu corpo mundano...