16 outubro, 2008

Jerusalém Pela Manhã


Nasce o sol na sublimada Jerusalém
E em todos derrama sua luz mentecapta
Rebentando a manhã vinda do além.

A lente ateia do fotógrafo não capta
A verdadeira essência da religião
Ou as vidas sem culpa que uma bomba rapta.

O olho mecânico não fotografa a mão
Baptizada cristã ou a perna judia,
Nem sequer o braço temente ao Islão.

A lente apenas grava na fotografia
Um braço, uma mão e uma perna sem vida
E o resto dos corpos na calçada fria

Enquanto a voz de gargalhada suicida
Ecoa sonora pela Santa Cidade,
Certa de que a sua prece será ouvida.

Mas o que o mártir não sabe, em boa verdade,
É que morreu rezando a um deus que não o ouve
Pois sua existência é uma falsidade.