15 outubro, 2008

Prémio Leya


Foi ontem anunciado o nome do vencedor do Prémio Leya, um jornalista e documentarista brasileiro chamado Murilo António Carvalho. Até aqui nada de estranho, uma vez que o Prémio pretendia divulgar a língua portuguesa (em qualquer um dos seus riquíssimos padrões). O que é estranho, em minha modesta opinião, é que para além da consequente publicação do romance vencedor , "O Rastro do Jaguar", apenas tenham sido (entre 422 obras finalistas, das quais o meu romance "A Noite Mais Escura" foi uma delas) propostas para edição mais 3 (julgo ser este o número) e, pasme-se, todas elas de autores brasileiros! Nem um português será publicado no rescaldo do Prémio Leya que, recorde-se, é um prémio literário que visa a promoção e divulgação da língua portuguesa, e que é patrocinado por um grupo empresarial português... Bem, as reacções já se fizeram ouvir pela blogosfera fora, por isso, não me parece que eu tenha algo a dizer a mais do que aquilo que já foi dito por outros bloggers bem mais lidos do que eu. Deixo apenas o desabafo: é pena que o senhor Miguel Paes do Amaral não tenha sabido fazer do Leya o mesmo que fez da TVI, uma máquina de produção portuguesa (alguém duvida que é no 4º canal que se faz a melhor ficção portuguesa, actualmente? - quando falo em melhor, estou obviamente a fazê-lo em termos de "venda do produto").
E por outro lado, será que queremos realmente vender a nossa obra ao mercado? Alguém já o disse, mais ou menos por estas palavras: há escritores que alcançam a fama em vida, há quem a alcance depois da morte; eu prefiro a segunda, é mais duradoira...

P.S.: terminado o "circo", vou arrumar as tralhas, que é como quem diz, reler novamente "A Noite Mais Escura", e vou começar a enviar a obra para as editoras; se ninguém a quiser, fica a promessa de a publicar aqui mesmo, no Amendual.