10 março, 2009

7 Poemas, Uma Vida (II)


Dorme,
Incauto dos perigos do mundo
Lá fora,
Exausto pelos cansaços aristocratas
De quem ignora
Que a vida pode ser filosofada
Para além do comer a horas
Ou do correr atrás das gatas.
E quando, de quando em quando,
Suspenso o sono
E semi-aberto um olho, às vezes os dois,
Fita o dono,
Suspendem-se também o tempo
E os perigos do mundo
Lá fora,
Para voltar a semi-cerrá-los
E a enroscar-se fragilmente,
Confiado descuido,
No colo dormente
De quem o ama…