18 março, 2009
Feijoada de Carne
Comia-te toda,
Inteira,
Ali mesmo,
Como quem come
Feijoada de carne
Directamente da panela ao lume
Com as mãos,
Lambendo os dedos
Queimados
Enquanto o molho
Quente e espesso
Envolve toda a língua num abraço
De fome e de prazer.
Era assim que eu te comia,
Toda,
Inteira,
Aqui mesmo,
Vindo-me em ti como
A panela silvasse
Tssssssssssssssssssssssss
Anunciando-me
Vem para a mesa gourmet
A feijoada está feita,
Temperada,
Pronta para ser
Vorazmente devorada…
Engavetado em
Alexandre Homem Dual,
Op. "Insanabile Cacoethes Scribendi",
Poesia
"O que faço?/
Sou músico./
O que toco?/
Poesia."