01 novembro, 2011

O Cavaleiro Sem Cabeça



A morte cavalga negro corcel

Sussurram os aldeões em segredo,

E depois gritam fugindo a tropel,

Vendo o medo que ao medo mete medo:


Eis que, acéfalo, surge o cavaleiro

Empunhando o horizonte como espada.

Toda a aldeia se esconde num celeiro

P’ra fugir à criatura malvada!


Perscrutam a escuridão, receosos

Do som de cascos que de fora vem…

Agacham-se em silêncio, medrosos…


Mas sentem o abrigo a se incendiar:

Fugiram à lâmina do homem sem

Cabeça, mas não ao fogo do seu olhar...