As sombras e as vozes no silêncio da manhã
Ausentam-me os sonhos para um país longínquo
Feito de sargaço e de neblina e de poeiras cósmicas:
Anjos brincam no recreio do universo baloiçando-se
No prumo invisível que sustenta as estrelas verticais.
Pardais & rouxinóis voam pelo espaço até aos confins
Do olhar horizontal do seu próprio deus interrogando-se
Sobre o que haverá para lá do além?
E o fumo do cigarro enrola-se nas asas dos pássaros
E enrola-se nos pulsos dos que batem com os nós dos dedos
Em mesas de madeira e ainda na língua dos que amam as palavras.