(anda cá não tenhas medo
só tens que caminhar em frente
quero contar-te um segredo)
descalça-te e sente o alcatrão ainda fervendo liquescente
como um sonho húmido e lascivo em que acabaste de entrar
como um sonho em que a pele do objecto sonhado
se confunde com a tua anda cá nada receies
quero ensinar-te do universo as leis
básicas e primitivas escondidas na linguagem semafórica
ao amarelo ignora não deixes que a lividez e a apatia te ordenem
ao verde dá-lhe tempo todas as revoluções necessitam do seu tempo para maturar
é ao vermelho que tens que prestar especial atenção
quando todos param avança
avança em direcção ao sol que se deita debaixo do porvir
que mais ninguém viu chegar
o impossível não é uma quimera, apenas
o nunca visto
ainda
anda cá e acredita-me o teu universo rege-se por simples linguagens semafóricas
o meu é ditado pela Poesia Princesa e pelas suas aias metafóricas