Num jardim plantado de sonhos
passeiam dois jovens amantes
com as mãos dadas e risonhos,
ignaros do depois e do antes.
Cheiram o perfume das rosas
e entregam-se ambos ao prazer
das sensações libidinosas
que só eles podem colher.
Lá dentro há cravos, girassóis,
flores de cores que só vendo;
cachos de uvas e caracóis
de pêlos púbicos crescendo.
Lá fora, para cá do muro,
passa o tempo que há-de passar,
num jardim plantado de escuro
onde chovem gotas de luar.