Teus lábios tristes fazem do cansaço
poema de apologia do amor
quando, ao derramares teu olhar baço
sobre o vazio de mim, renasce a dor.
A dor de viver que trago comigo
presa no coração que se partiu,
como as cordas de um violino antigo
cujo som perdido não mais se ouviu.
Hoje, mandarei a orquestra calar
todos os seus perfeitos instrumentos
e tua voz rouca há-de me levar
numa viagem de doces tormentos.