Sopra o rude vento
Com seu bafo quente,
Em sofridas costas...
Ele marca o tempo,
Esse ser dormente,
Cruel, que anda às voltas...
Cegante, a poeira
Nos olhos se aloja,
- Tirana sem dó...
Pela estrada inteira
É o tempo que forja
As cinzas e o pó...
Aos ombros o mundo,
No peito a esperança
E chagas nas mãos...
A dor cala fundo
E grava a lembrança
Em corações vãos...