Hoje inauguro um novo opus, intitulado Primeiras Chuvas, título que terá tanto de certo como de fortuito. Poderia ser Verdes Anos, Verdes Chuvas, Primeiras Raízes ou qualquer coisa que o valha. Ficou Primeiras Chuvas por isto: "primeiras" pois trata-se do conjunto dos primeiros textos que fixei no papel (entre os anos de 1992 e 1998, grosso modo), sendo que alguns outros entre esses anos e outros mais antes desses anos se perderam nas brumas da memória, os nunca escritos no papel, ou no esquecimento dos papéis perdidos nas mudanças de casa e nas mudanças de mim mesmo - ou por outras palavras: àqueles que entreguei ao fogo ou ao lixo; "chuvas" pois este termo liga estes proto-poemas, por assim dizer, àquela que foi a primeira aparição do Alexandre Homem Dual dentro dos universos (multiversos?) que eu delimito: no conjunto de textos com o nome "Amanhã Chovi".
Confesso que uma dúvida me assaltou: com que nome assinar? Alexandre Homem Dual ou Valter Ego? Mas uma vez que Valter Ego é o pseudónimo de Alexandre Homem Dual, um alterónimo da pessoa histórica e viva que sou eu (sou?), penso que o melhor é ser honesto e entregar-lhe a ele a autoria dos versos ainda tão verdes, ainda que ele na altura não existisse. Ou por outra, ele já existia, ainda que eu o desconhecesse...
Começarei por publicar o poema mais antigo que tenho: Liberdade. A data no caderno marca 1994. 16 anos passaram entretanto... Eu passei entretanto.
Despi-vos. E aceitai no vosso corpo nu as minhas primeiras chuvas...