Paisagem: uma cidade moderna
O cair da noite tapa a cidade
Com um manto de culpa e remorso,
Gravando-lhe nas costas e no torso
Os castigos pela sua vaidade.
Mas seus mil fortes braços de betão
Suportam a cúpula tenebrosa
Que, bela, se insinua laivosa
E lhe preenche o jovem coração.
De manhã, novo tempo, novo espaço.
A cidade acorda seu corpo lasso
E para mais um dia se prepara.
E é assim com um olhar meio baço
Que a cidade dá seu primeiro passo
Fingindo-se um sorriso na cara.