26 fevereiro, 2009
Eva Sem Adão
Morta jaz, rodeada de mil velas,
Sepultada numa fogueira em cruz.
Mas o seu corpo não arde, transluz
Como se pintado por aguarelas.
Nem a Mãe-Terra a recebe, pois ela,
Noiva de Deus e amante do Diabo,
Manchou com sangue o impoluto pacto
Assinado por Deus na alma dela.
Ao redor, mil bruxas gemem em pranto
Desta pega de ígnea beleza ruiva
Elevando-a ao vil céu, enquanto,
Licanmorfa, uma constelação
De estrelas, brilhando escarlates, uiva
P'lo luto de uma Eva sem Adão...
Engavetado em
Alexandre Homem Dual,
Op. "De Sons e Sangue - As Memórias de Elizadeth Rose-Maître",
Poesia
"O que faço?/
Sou músico./
O que toco?/
Poesia."