Habitualmente, ele começava por dizer-lhe que a amava, ao que ela lhe respondia que o amava ao quadrado. Ele a ela ao cubo. E ela amava-o a ele elevado a infinitos. Riam e eram felizes. Um dia, ao separarem-se, ele, que era professor de matemática no segundo ciclo, não pôde deixar de se aperceber que que 1 amo-te elevado a infinitos é igual a 1 amo-te elevado ao cubo ou mesmo a 1 amo-te elevado ao quadrado. Ou ainda a 1 amo-te simples. O seu amor não era afinal maior do que o de qualquer outro casal que verdadeiramente se amasse mas que nunca dissesse “eu amo-te”.