Um mal entendido (que começou por uma desatenção minha quanto ao limite de palavras imposto pela Minguante) levou a que, num primeiro momento, um dos textos que enviei para publicação não fosse publicado e que, posteriormente, tendo eu contactado a Revista a propor um texto alternativo ao que não foi publicado, o texto originalmente publicado fosse substituído pelo texto proposto alternativo. Assim sendo, aqui ficam a trilogia de micronarrativas sobre a superstição completa e publicada: se não na Minguante, aqui mesmo, no Amendual.
“Café e torradas com mel”
Diariamente, Perpétua (que não era supersticiosa) repetia a mesmíssima rotina desde que casara: saída do banho, sentava-se, de cabelo molhado e toalha enrolada à volta do corpo, à mesa onde o marido a esperava para o pequeno-almoço – café e torradas de broa com mel. Depois de Perpétua falecer, o marido (que sempre fora supersticioso) continuou a preparar, todas as manhãs, duas chávenas de café e torradas de broa com mel. Mas a verdade é que nunca mais sentiria o beijo terno dos uxorianos lábios de Perpétua.
Diariamente, Perpétua (que não era supersticiosa) repetia a mesmíssima rotina desde que casara: saída do banho, sentava-se, de cabelo molhado e toalha enrolada à volta do corpo, à mesa onde o marido a esperava para o pequeno-almoço – café e torradas de broa com mel. Depois de Perpétua falecer, o marido (que sempre fora supersticioso) continuou a preparar, todas as manhãs, duas chávenas de café e torradas de broa com mel. Mas a verdade é que nunca mais sentiria o beijo terno dos uxorianos lábios de Perpétua.